segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

[Evento] O último rock do ano! - Anos 60 contracultura e contestação



Para quem mora em Uberlândia...

O último rock do ano! - Anos 60, contracultura e contestação!

Nesta quinta-feira, 16/12/2010, a partir das 22:00, no CC Santa Mônica da UFU!

Bandas:

Stranger (The Doors Cover)

Black Jacks (The Beatles Cover)

Realização Coletivo Amanhã vai ser maior!


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ranhura

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Ranhura!
Não sei porque essa maldita não me sai da cabeça.
Queria porque queria escrever um poema com ela.
Lá na parte gloriosa eu tascaria uma bela e sonora "ranhura".
Daquelas que dá pra sentir o risco no olho de quem lê
igualzinho o jogo da velha marcado nas lentes de meus óculos.
Ranhura. Rasura. Procura. Sutura. E cura!
Porque isso é descomplicado demais
E até mesmo o queijo-cura.

Infame o que disse
Seria então sensato
limar e limbar isso
neologismo é indício de fracasso da lingua
quando a palavra nada desvela

Isso ficou um lixo
Solução?
Só uma ação é coerente:
Ranhura nisso aqui.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

valerá

Crédito pela imagem: depininiped


Se te sufocas
o ar que respiras
muito é inevitável
É hora de mudar

Doerá se fizer parte de ti
Sim, eu sei que doerá
Mas
extirpa de teu peito
arranca de teu âmago
Faz brotar que valerá
Pouco custará

Encolhe em ti mesmo
Depois espicha
Espicha a ti mesmo
Lava-te nesse borrão
Borrão de sentimento
tão mais ameno
tão mais lisonjeiro
tão mais de esperança

Para um sonho continuo
espreguiçarás!
Abre o braços
Deixa-te vibrar
encontra o alento


Eu sei que sim
não é fácil acordar
Mas te digo
não, não custará
Um tanto muito valerá
Eu sei que vai passar

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Rojo - Vermelho - Red




Rubra cor do inferno...
Será um belo por-do-sol?
Rosas ajuntadinhas em arranjos florais?
Sangue que lava o chão de dor?
Proletariado fazendo revolução?
Teus olhos lacrimosamente lavados?

Rubra cor do inferno...
Inferno maior é bem aqui.

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Inatomizado


créditos pela imagem: f3ktion


Eu não sou um indivíduo

Indivíduos são únicos
são particulas isoladas

e eu não quero ser assim

Eu não sou um átomo
Não sou lua sozinha da Terra
Tampouco a piracema do ano
Não sou um evento
de quinta ou décima
vigésima categoria

Talvez seja sujeito
de mim dos outros
para os outros
mesmo que eles
não sejam de mim


Sou caos da alegria

Melancolia organizada
Sou vícios emocionais
Torpores conjunturais
Implosão das estruturas

Sou o que dói
pra quem finge
não ser
ver e não ter

Sou aquele que não é você
mas que encontra sentido
em função do próprio viver
seu e de todos os seres
inumanos ou não


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domingo, 24 de outubro de 2010

Desamor


Créditos pela imagem: Leandro



Obs.: Poema escrito há meio século atrás e sem vínculo algum com a realidade atual... rs.

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Desamor

Você não me ama
Se amasse entenderia
Não me deixaria ser de outra
Não brincaria comigo de amor idealizado.

Se me amasse
E o amor fosse verdadeiro
Não ficariamos submersos no surreal
Viveriamos a realidade
E eu não precisaria escrever utopias versificadas.

Se eu a amasse
Declaria meu amor incondicional
Lutaria contra tudo e todos
Como o bravo cavaleiro
Que a tantos provoca gargalhadas
Mas enfrentava bravamente os gigantes
Mesmo sendo eles moinhos de vento
Por aquela que para ele era a mais bela donzela
A (talvez não) tão pura e doce Dulcinéia.

Se eu me amasse
Lutaria pelo meu mais fútil desejo.
Mesmo quando fossem instantâneos
E os tivesse prontos em três minutos
Os devorasse em bem menos
E mais rápido ainda os vomitasse.


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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Poema pra caber no twitter

Dicotomias de bom e mau. Eu não nasci pra viver assim. Trigonometria. Quadripartite. Quinquenios. Semestres. Não sou número. Tampouco exato.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

De ontem pra hoje

Essa vontade de escrever incontrolável que tenho tido de ontem pra hoje não faz sentido. Escrevo para dizer o que ninguém ouve.

euqueninguemsabe

Assim foi e é

De súbito assim
Foi assim que foi
E eu nem notei
Os dias são segundos
Não dão para nada
Nem pra dizer
Ainda mais quando se é tão bobo

Eu tenho medo
do que virá
sempre foi
espero que
nem sempre será

Os ditos e os não ditos
não raro são malditos
Mas benditos sejam
os que dizem
Pois seus corações
não se apertam
com o que quiseram que fosse
e nunca se atreveram

Eu pouco disse
bastante menos do que quis
Agora sinto dor no peito
Hey, cadê você flor-de-lis?

Perfuma o horizonte
Perfuma a minha vida
Mas adivinha
Pois se depender de mim
Nunca saberá
Nunca saberá que isso quis

Porque tenho medo
Medo do horror
Do terror e mais ainda
do amor

Por isso sou volátil
Por isso nunca sei
Nunca sei pra onde vou
Confundo-me agora
Antes e depois

Às vezes o que escrevo
me soa tão repetitivo
Vai ver que é porque
vivo sempre ciclos de dor
E tento traçá-los assim
Tortamente verticais
Horizontalmente lineares

Sorrio pra todos
menos pra mim.

euqueninguemsabe
Uberlândia, 18/10/2010. Por volta das 23:35 em horário de verão numa segunda-feira de sentimentos de inverno.

domingo, 17 de outubro de 2010

.

Tão jovem foi construir seus sonhos, num lugar que não se sabe e nem se quer estar. Por entre os carros, semáforos, gente por todos os lados passava. Só queria construir seus sonhos, mas como já disse, eles se modificavam a todo instante. Eram todos tão belos que não se permitia, nem se impunha a querer que eles fossem um só, que fossem fixos como palavra grafada a tinta em papel de livro.
Não tinha planos. Nem pro futuro. Não se apegava às coisas, às pessoas, não se preocupava em ter alguém. Aprendera a se virar. Queria estar com todos num instante e no outro com ninguém. Era impulsivo, reprimido, divagante, compenetrado, prolixo, direto, sensível, solitário, popular, inconstante, esperançoso, comunista, anarquista, democrático e niilista. Tudo isso ao mesmo tempo.
Detestava seus escritos e os achava vazios para os que os leriam.
Queria ser superstar e revolucionário. Sentia raiva e ódio de tantos, aqueles mesmos que queria tão bem. Desejava abandonar tudo, mas tudo aquilo era a sua vida.
Acabaria se matando se matasse aquelas coisas, aqueles desejos e sentimentos.
Então só abaixava ou levantava a cabeça, de acordo com a ocasião...
Seguia quixotesca e toscamente lutando por aí.

euqueninguémsabe
Há vazio
...
Você nunca se sentiu assim?

Há vazio
...
Você me entende?

Há vazio
...
Vou embora.

Há vazio
...
Só vazio

euqueninguemsabe
Uberlândia, 17-10-10. 12:45 h.

Raio

créditos pela imagem: Owen Zammit

Raio
Que me parta!
Em três
Em dois
Em mil
pedacinhos

Raio
Posso ir com você?
Não me choque
Viajemos
Juntos

Raio
Cadê o trovão?
Com ele vamos gritar
pra extravasar
tirar esse caco
de vidro
pontiagudo
do peito

Raio
Vamos sumir
Do céu caíremos
Rumo ao chão

Raio
Que me parta!
Só quero sumir.

euqueninguemsabe

Uberlândia, 17-10-10. 12:11 h.

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domingo, 10 de outubro de 2010

O sábado e ela (sem ela).


Créditos pela imagem: Samuca


Cinza gris grisalho
Nebuloso sombrio
céu fechado
Lua tapada
Frio vento
Fico
Escondido
Cobertas roupas banho
Sonhos se dormisse
Pisco viro reviro
Lembrei
ou melhor
Lembro
Dela
o dia inteiro
e a quase todo instante
Ela
Que nos últimos dias
não vi

Leva uma mensagem
bem doce ao ouvido dela
Morceguinho frugívoro
Lá chácara do Não-Sei-Onde
Diga que
a quero muito bem
Tão especial que ela é
Só peço mais
uma coisa
Não a assuste
Pois não o perdoaria
se isso acontecesse
Leve assim
só o que sinto por ela
por ela
Sentir
que não ouso rotular
Mas que é
da melhor espécie
Que um humano
pode ter

Uberlândia, 10/10/2010 - 01:40 am

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domingo, 3 de outubro de 2010

Vivendo as utopias contra as distopias nos trópicos e para além deles

Créditos pela imagem: pablodf


Quando os discursos se desencontrarem mais uma vez, talvez não haja voz. O silêncio talvez diga algo. Muito se gritou, muito se disse, pouco se fez até ali.
Nesse momento se saturará... o grito do oprimido, e daqueles que diziam ao lado dele estar. O grito do opressor, então extirpado de sua condição.
Nesse momento, política não se fará mais em caixinhas, depositórios de papeizinhos, ou em calculadoras sofisticadas. Se fará no dia-a-dia em cada ato público, no trabalho, na mercearia e na vizinhança.
Nesse momento, todos os dias serão eleitorais. Não daqueles que decidiram por você por um tempo indeterminado. Mas serão vislumbrados como eleições perenes e continuadas de sua vida. Você não elegerá indivíduos, elegerá o seu direito de ser, de agir e ao mesmo tempo se solidarizará com os seus. Será humano. Será pleno. Será vivo. Não será mais moribundo. Não mais se reprimirá por visualizar realidades utópicas. A distopia não será mais um tubarão pronto a emergir em algum trópico. Nem acima, nem abaixo ou na linha do país sulamericano se permitirá o autoritarismo, ou a doutrinação do outro.
Se reconhecerá que humanos somos. Que sociedade somos. Que dos outros precisamos. E para nos prolongarmos é preciso irmos além de um pensamento sobre nossa própria vida. Não seremos mais mesquinhos. Não seremos mais egoístas. Não seremos mais tolos. Ou pensaremos que revolucionar é coisa de babacas.
Não precisaremos também que pensem por nós. Não precisaremos que façam por nós. Juntos faremos.
Eu olharei e você olhará e verá que podemos todos viver bem e que todos os luxos são falsidades imagéticas de um lugar que não é nosso.
Nesse dia eu não votarei em Dilmas, em Motosserras, em Marinas ou Agripinas. Nem em Plínios, Salgados, Doces ou Sampaios. Muito menos em Pimentas, em Ruis, Barbosas, Costas ou Cominhos. Também não votarei em Zé Marias ou em Marias Josés. E repudiarei vigorosamente os fascistas recalcados sob a égide musicada de Fidelix e mais ainda de Eimmaéis.
Nessa bandeira estrelada, sob o azul, o verde e o amarelo-ouro verte e verterá por tanto tempo ainda muito sangue. Talvez tenha chegado a hora de tirar as suas cores. Talvez tenha chegado a hora de aboli-la.
Talvez seja a hora de estendê-la nua e crua destituída de toda sua simbologia.
Os garotos e garotas mortos, física ou mentalmente, de todos os dias ressuscitarão revelarão um olhar iluminado, depois de sempre se sentirem cegos por uma venda que mal sabiam que os privava de visualizar o que estava bem às suas frentes.
Eu sei, pois comigo sempre foi assim. Sempre tentarão me privar disso. Tentaram me castrar os sonhos desde que eu nasci. Firme e forte eu fingia ter acreditado que o que me diziam era verdade. Mas eu era só desconfiança. Desbravei o mundo, me perdi por um milhão de tantas vezes. Eu mesmo me confundia e até este momento estou a me encontrar.
Só não permito que me privem de tentar.
Quando isso fizerem talvez seja incapacitado até de sentir. Esquartejado sentimentalmente então não seria mais que simples coisa, pois o sentir e dele experimentar são um amálgama indissociável.
Mas quanto ao silêncio que me referia. Você deve estar a matutar: ele não diz nada, como se converteria no próprio ato de transformar?
É que aqui não falo de voz. Mas de atitude contemplativa. Os gritos de antes só eram necessários porque nos digladiávamos. Preferíamos socar o outro, por mais próximo que fosse, antes de ouvi-lo.
Paradoxalmente, nesse silêncio haverá sim voz. O que não haverá são os surdos funcionais.

Uberlândia, 03/10/2010. Quase às 23:00 h. No mesmo dia que mais uma vez se destacou alguém pra decidir a sua vida e seu direito de ser. Poucos dias depois que quando se pensava que não seriam mais tão audaciosos, tentaram perpetrar um golpe militar num país chamado Equador. Há alguns meses desde quando começaram a expulsar ciganos do país que dizem ser grande gerador da erudição e sabedoria para o mundo moderno. Há alguns anos desde que comecei a me despojar da crença de que as coisas eram sólidas e impermeáveis. Um velho barbudo, que não era Santa Claus, me disse que elas sempre se desmancham no ar...


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sábado, 2 de outubro de 2010

É que há

créditos pela imagem: Juliano Mattos


Depois que a chuva acabar
Restará
Lixos pelo chão
As poças logo secam

Depois que o som acabar
E antes do sol raiar
Você se sentirá só
Mesmo junto a tantos

Em meio a muitos
Muita solidão é que há


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domingo, 19 de setembro de 2010

Temporiza( a )dor


Imagem: marta.tci


Experimente o elixir
Da curta vida
Mais curta que curta-metragem
Posso advertir que
Só porque é curta
Não é proibido que a curta.

Palavras, palavras, palavras
Repetidas, repetidas, repetidas
Sem nexo, com nexo, conexo, desconexo
Aloco-as em parcas arrumações abstratas
Desarranjam-se em frações de esquecimento
Registrar é vicio dos desmemoriados

Flui o ontem em rios de hoje
O que se foi em águas do que virá
Pororoca das dez ilusões vindouras
Naufrágio das desilusões de outrora
Fugirei em meu barco numa outra hora
Para as bandas dessa correnteza
Que em lendas dizem que verte para o mar

Leio Confucio em seus ditames
Pena ser ele muito confuso
Para quem só é levado para um lugar
Que não imagina o que é
Mesmo questionando porquê
Como está ou onde vai se chegar

A brevidade não é coisa de idade
Se fosse, as crianças seriam assim
Jovens eternas mortas de tédio
Brincando em playgrounds atemporais
Pueris como os anjos celestiais

O velho não se angustiria com a morte
Estaria a cada segundo mais forte
Mesmo no peito tendo um corte
Profundo, intenso, ilógico e inesperado.

O tempo não é imaginário
Alguns se esquecem dele
Tentam aprisioná-lo
Fechá-lo em caixinhas especiais
Mas isso só funciona ali
Nas mentes que fingem que ele não existe
Enquanto ele as corrói sorrateiramente.


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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Boçal Experimentalismo do Sentimento, da Forma e da Poesia


Imagem: Piterart


Alô, você que não me entende

Tão gentil em fingir me ouvir

Mas tão surda do que lhe falo

Você não é, nunca foi culpada

Eu sou e sempre tive a certeza

Que com tanta raiva estuprado

Meu cérebro foi por eu mesmo

Nem é culpa de álcool e do ato

Inconsequentemente atordoado

Pelo gritar ferino embasbacado

Ecoante na noite do desagravar

Que tivemos antes de nos odiar

Em pré-histórica era inventada

Nas núpcias ilusórias de torpor

Em fulgurosos enxames de cor

De tantos insetos espetaculosos

Trafegando tão desconjuntados

Buscando pólen de flor em flor


Engalfinha-me sem eu perceber

Duvido que disso você é capaz

Eu percebo bem mais do queria

O estoicismo me passa distante

De agruras é que me componho


Cometo infanticídio do amanhã

Não me permito nem esboça-lo

Boçalizo-me cônscio bem disso

Evitar antever o que não vai ser


Desesperança não é temperança

O vício não gerará virtuosidade

As sementes de ar em fofa terra

Não parirão as árvores de vento

Nem a frondosa copa das brisas


De pouco adianta a condolência

Sua inflexão não mudará ontem

Não se faça de hipócrita valente

Sua tolice revelará tudo do caos

Mas já então não mais adiantará

Quase nada valerá alguma pena

Você que se colocará no inferno



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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Tolo amor


Imagem: LensENVY

Nem sei se eu a amo.
Ou se é fixação inconsequente
Em conluio com minha incoerencia
Jorrando...
Da fonte, veneno de serpente.

Entre os quadros milimetrados
Intercalados em meu pensamento
Vejo seus dentes no primeiro dia
Afagando o ar ao seu e meu redor

Pouco tempo depois a odiei
Ilusão foi como na primeira vez
Que a vi e que logo a amei
Conpenetrado em sua indiferença.

Logo mais você me bem quis
Mas não eramos uma sinfonia
Eu a desejei de todo, o mundo.
Você me via assim tão fraternal.

Nos entremeios de cabelos
Que se cacheiam tão negros
O universo se revela
Em psicodélicas brumas astrais

Mas eu nem sei como a quero.
Anseio beijar sua derme reluzente
E morder de leve seus lábios de flor
Bobo com seus olhos brilhantes.

Mas não é simples assim
Há muito tenho medo de tudo
Dos sonhos e mesmo do futuro.
E acabo deixando para lá
Entrego minhas fantasias para o mar

domingo, 5 de setembro de 2010

Escrever

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2OVTObBRtdVsHn7O29mY34BHUE-hJcLJcIv_UB486qG_pRTuBaDPf3hXtoDU4WB0bbNc7Ts-PUUBntTEvcOMnYvPnNM9HbZAXov2zQFQx1F2sILnzLeWZQmMgjouq_jU1QLtexk_v8nor/s1600/escrever.jpg

Escrever é um ato de auto-mutilação e reinvenção de si mesmo.
Destruo-me do antes e surjo como novo ser na fixidez da palavra...
Esta que tentarei, bem provável, romper posteriormente
e que contudo estará lá. No papel, na tela do computador...
Para me contrariar, para não deixar fingir que nada foi.

Escrever exige enfrentamento e dói... e alivia.
Porque escrita boa parece ser aquela que se faz dos sentimentos.
E sentimento que se preza faz sentir o trespassar da alma para o corpo.
Visceral, angustiante e doce. Empalar múltiplo provocado por si mesmo.

Mas escrever também é o pensar e o fazer rir. Ou então rir do que não tem graça.
Escrever é dar suspiros vitais quando se está semi-morto...
quando se está em desacordo com o mundo e todos diariamente sugam suas energias vitais.

Escrever é contestação do que se sabe e o que não se sabe.
É o expressar humano mais desumano
Porque nunca se diz tudo o que se queria dizer
E ninguém sente o tom verdadeiro de cada letra grafada
E ninguém lhe ouve no momento que se sente
E se faz na contradição do recluso que ser ouvido.

O escrito se faz para os outros
Que nem sempre entenderão
Interpretam-o com altivez no intuito de chegar a seu mundo
Mundo que também deles é, mas que existe algo só de seu

Mas você sabe disso e do que virá adiante
e mesmo assim o faz...

E assim...

Deturparão o seu dito
com interesses puros, mesquinhos ou tecnicistas
Dirão de sua palavra o que ela nunca disse
Farão dissecação de cada caracter seu
Farão juizos tolos de valor.

Mas disso nem deveria me importar...
Se o que escrevo fosse só meu jamais eu escreveria.

sábado, 4 de setembro de 2010

Reativando...

Depois de muito enrolar, embarco em mais uma tentativa de reativar isso aqui...

Acho que vou mudar, não vou colocar mais meus toscos poemas, nem minhas narrativas fictícias amalucadas. Vai ser uma coisa de diário, mas sem compromisso com a regularidade. Uma coisa dessas bem tolas que a gente faz para que os outros leiam, mas querendo que fiquem enterradas bem no nosso âmago.

É bem capaz que seja assim, pq lá dentro bem guardadinhas elas doem. Doem porque falam do mundo dos nossos olhos. Não o mundo preso na retina e que ali fica parado, mas mundo que por ela interpenetra e se forma e se deforma, massinhas infantis multicoloridas do mundo de tons cinzas.

Nos últimos meses minha vida mudou um tanto. De proletário das burocracias arquivísticas, virei umas outras sem coisas. Dentre elas modifiquei minha militância política. Isso que me entristece... Acho que era mais utópico antes disso e isso era tão bom... Pois quem vive das utopias não se deixa morrer, por mais que um batalhão de trogloditas isso queira fazer.

Hoje sou cético. E quem é cético se mata, como se estivesse sendo envenenado. Assim como aquele que se fecha e pouco a pouco se torna ruínas. Esfarinha-se a si mesmo sem perceber.

Amanhã escrevo algo mais... por hoje dói algo lá num não sei onde de meu peito...



domingo, 11 de abril de 2010

[sem título]

créditos pela imagem: Terreta
Sakountala ou Çacountala
ou L'Abandon ou Vertumne et Pomone
(1886-1905) - Camille Claudel

Eu amo.
Eu amo utopias.
Utopo os amores.
Amoreio os utopores.
Utoporo as amorias.

Desconecto o sentido
Que vem do imediato
E emerge da boca, trivial

Seus lábios são doces
Minha garganta doente.
Eu fantasio você
E você me fantasia
Traveste-me!
De seus interesses.
De seus convenientes.
A mim tão inconvenientes.

Perto de ti eu sou tudo
Tudo que ninguém é.

Meus projetos são os seus
Que se foda o que penso
Que se foda que existo
Que se foda o que sou.

Serei então você
Serei então... nada.
Orgulho tenho pouco
Nunca quis isso mesmo
Nunca quis ser eu pra alguém
.


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quinta-feira, 11 de março de 2010

Foda-se.

créditos pela imagem: Miriam Cardoso

Queria escrever para desancar o choro que está guardado em mim não sei bem onde. Mas as palavras se escondem, se enfiam num buraco negro que dizem estar no meu estômago, bem depois de minhas tripas. Estão presas entre correntes de carne viva. Estão desnorteadas, desbaratadas, descortinadas, espancadas, intoxicadas e flageladas. Elas e as lágrimas precisam se desatar de tudo isso, mas nem mesmo a mais mortal das armas de corte, forjada pelas mãos e punhos do próprio Hefesto, é capaz de fazer com elas se deflagrem e possam se espalhar no ar, tal como sublima a pastilha naftalínica.

Não sei o que se passa. Não é amor, nem ódio, muito menos rancor ou saudade. Talvez seja a dor de há muito não sentir nada disso. Um sentimento de aflição por um esvaziar de si mesmo... Que lembra a areia paulatinamente caindo pela ampulheta.

Fausto, Fausto... Como te culpo por teres desejado tanto esse maldito progresso. E mais ainda por terdes criado essa tal modernidade que ninguém se reconhece. Eu só desejei a minha liberdade, mas tu sempre vieste com tuas ideias despóticas de falsidade e sequer te justificaste nalgum dia.

Deus, deus... Primeiramente em maiúsculas e depois em minúsculas, pois vós sempre fostes omisso. Enquanto ocorria toda a desgraça aqui no solo que és vossa criação, omitias-te como se não fosse de vosso interesse. Por isso de hoje em diante me recuso a fazer o pai nosso (que aliás nunca foi meu) e a clamar por vosso nome. Nunca me ouvistes. Por que ouvirias agora?

Perdoe-me por lhe dizer, mas ninguém o entenderá. Você andará perdido e tentará gritar por socorro, mas suas cordas vocais estarão dilaceradas e nada será real a não ser os seus tormentos. Digo por experiência própria. Palavras de quem sempre oscilou entre o ser e o não ser e só foi amado por não ser... Não ser o que é.

Sempre foi assim. Eles não ouvem. Não querem saber o porque de suas dores. Porém, você (e eu) nunca quis(emos) saber o que eles sentiam. Minha, sua hipocrisia se encontra bem no lugar onde fingimos não saber que ela ali está. Afinal sabemos (embora também finjamos não saber) que a maior das conveniências é adentrar na ilusão imbuído pelo espírito medíocre da inexorabilidade.

Logo mais a vida se esvai. Vai-se mudo pelo mundo. Seus sorrisos tão cálidos não dizem nada do que é. Suas estórias, histórias, conversas e piadas nunca foram o que quis dizer. Disse para os outros o que eles gostariam que pronunciasse. Sua palavra é imunda, deslocada e fragmentada. Carece de sentido para você mesmo e, para os outros, soa mais complicado que o gaguejar de alguém que fala aramaico.

Preciso ser o meu não ser. Um tanto agora e logo mais. Fala da vida o que bem quis, o grito exasperado de quem ousa ser muito feliz. Mas nem precisam me encantoar para que eu me entregue e me faça de desentendido do sofrimento de mim e o que está ao meu redor. Falta o doce cheiro que vem com o desabrochar de belas flores sincronizadas com o nascer do novo dia.

Preciso acabar esse texto. Os críticos sedentos por seu fim que se fodam, pois ele delicia a eles e deprime a mim.




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domingo, 17 de janeiro de 2010

Cortado e composto: Pelo real, pelo sonho e o imaginado.


Créditos pela imagem: Adriano Agulló



Meu ser gera amores. Mas meu ser gera incômodos. Por sua... minha forma de ser, rancores, pudores, odores... Terrores. Às vezes quero me fechar pra vida, mas a vida não quer se fechar para mim. No instante seguinte, quero me abrir ao mundo, mas a cada palmo de chão que ando desesperado, portas pesadas de pesadelo se cerram bem junto a ponta do meu nariz.

Ontem mesmo queria ouvir música de ódio. Do mundo, de tudo. Hoje ouço som de melancolia. Talvez hoje seja ontem... eu não sou muito bom em estabelecer sequências. E quem sabe até sentia melancolia ontem e ódio hoje? Afinal, essas palavras foram para mim inventadas antes dos meus sentimentos. Será que é isso mesmo que sinto? Será que me condicionaram a pensar / me sentir assim? Será que sou um idiota divagando sobre inutilidades e nada mais? Será que nunca soube quem sou? Será? Será?!Será! Será. Será... Será?

Uma manhã e nada mais. Acordo bem como já há muito tempo não acordava. Farei então um acordo com o dia. Farei o que bem entender... Isolarei de tudo que me prende. Não gosto de prisões. Ou gosto? Afinal, se pensar bem talvez até sejam boas... Isto é, pelo menos quando se torna prisioneiro por vontade própria, pois aí, aprisionado me sentiria feliz.

Às vezes confundo minhas quimeras com o que percebo do real e nunca soube se alguns momentos do que penso que vivi, em minha cabeça sonhos eram. Em flashes de passado vejo tudo o que foi e o que não foi. Confundo-me nas fantasias da sexualidade latente para mim incompreensível nos meus sete anos. Será que com desejo eu a acariciei? Será que hoje nego tudo isso incrédulo de que poderia querê-la, quando ainda eu era tão infantil? Será que seu olhar assustado, que para mim ainda gravo, foi parte de uma noite em que eu dormia?
Perco-me nada mais.

Eu dormia... não nessa noite que não sei se foi uma noite ou um dia. Dormia quando via meu corpo dormir. Ficava ali olhando assustado. Eu olhando para ele e querendo para ele voltar enquanto flutuava pela casa tentando me encontrar. Sufocado decidia tentar deixar tudo acontecer. Mas não! Oh, céus! E, vejam que ironia! Eu que ateu já fui clamando pelos céus! Será que estaria me sentindo no inferno e procurando seu dicotômico para me agarrar? Não sei... Tentava então acordar pra me libertar, ou melhor, me livrar daquele sonho de realidade. Pensava que talvez fosse meu espírito se evadindo de mim. Isso me causava tanto temor. Nunca me dei bem com essas coisas do além, apesar de vivê-las à toda hora.

E os choques?! Ó, como eram cruéis! Sentia-os por todos os lados. De minhas entranhas até a epiderme. Brotavam do meu meio como circunferências de luz e dor e então se espalhavam. E eu ali, meu outro eu, que de carne não parecia ser, desejando em mim (ou em nós) se reencontrar. Mas não conseguíamos. Meu eu que na cama estava, e que presunçosamente se dizia ser eu em verdade, não recebia de seus membros os comandos de sua mente. Era como se estivesse atado por cordas mágicas invisíveis.

Era tudo tão horrível! Por fim, depois de muito lutar com o que parecia jamais findar, então eu acordava (ou entrava em outro sonho?) e sentia tanta dor. Na cabeça e uma dor desordenada que não sei nem explicar, que só servia para me deixar transtornado com o que viesse a acontecer em seguida. Transtorno, aliás, é uma palavra que me surge bem conveniente, pois se ousei isso descrever, nunca soube entender o que de fato era. Tanta confusão! E eu horas nela tentando me dissolver. Outras horas fugindo como se galopasse numa opulenta e veloz égua que só passasse em planejados caminhos de segurança sem sequer olhar para os lados. Decido que nisso não quero mais pensar...

Melhor mesmo não pensar... Melhor não perder tempo escrevendo bobagens. Quem sabe amanhã algum psiquiatra metido a besta me diagnostique como esquizofrênico sem saber que ele próprio também é? Tenho que aproveitar a vida até me enterrarem num hospício.

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Nada .

Créditos pela imagem: bunchofpants



Meu nome é contradição
Misto frio e quente
Paradoxo do sim e não
Com a raiz doente
Do dente e da mente...

Você observa os palhaços
Eu só vejo suas bocas
Pra você pura maquiagem...
Para mim talvez, sangue.

Lábios circundados pela rubra cor.
Entreabertos mostram dentes
Que não são marfins, nem amarelos
Nem belos e nem doces
Nem feios ou aterrorizantes

Talvez sejam grotescos
Talvez sejam sedutores
A sedução é grotesca?
O amor é ridículo?

Esqueci que não falo de amor...

No fim são eles só sorrisos
Ou melhor, gargalhadas
Estridentes e falsas.
Que tentam causar o riso
Daquele homem tão sério
E da criança brincalhona.

Que no íntimo nem riem.
Não pela não-graça
Pois quase cômico é o espetáculo
Pelo menos praquele que não é ridicularizado.

O pipoqueiro olha do canto
Do canto da arquibancada
E do canto de si próprio
Canta logo uma do Arnaldo.

Daquelas tão deprês e emboloradas
Mesmo na levada do Jerry Lee Lewis
Porque talvez ame e odeie a Rita
Ou saiba de fato o que é sentimento.

Mas eu sinto (e ele sente)
Algo irrompendo no peito...

Talvez exploda, talvez não.
O segundo seguinte é de ninguém.
Mas ninguém não é alguém.
E tantos alguéns são ninguéns.

O que você deseja, senhor?
O mesmo chá de ontem.
Frio, quente ou morno?
Se é de ontem quente não pode ser.

E lá fora tudo se transforma...
Enquanto me trancafio nesse circo.

Onde guardei os meus olhos?

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Nunca escrevi pra ser legal
Ser o louco ou ser o tal
Haha! Dizer que é que sou
Haha! Dizer que eu só estou

Aí, de lá, daqui, ali e acolá.
Dizer de tudo blá, blá, blá.
Você ri de tudo e não sabe.
O que é meu, não lhe cabe.

Vou logo me matar.
De rir ou de chorar.
E você quer me controlar.
Sugar meu tudo e meu ar.

Então me diga o que quer.
Diga a verdade, ó mulher.
Ou quer ser só e demente?
Fantasmas logo em frente.

Conveniente não os ver
Conveniente não os ter.
Mas eles estarão lá.
Aqui, lá, ali e acolá.

Quem é você pra ignorar?


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domingo, 10 de janeiro de 2010

O meu lado brega.

Bom... todo mundo tem seu lado brega, né? Bom, geralmente eu não revelo isso nos meus escritos, mas este poema / letra de música acho que parece extravasar toda minha breguice contida.


Créditos pela imagem: idg

Primeira parte

Dama tão bela / Que jazes na terra / Para onde tu vais / Agora que não / É mais deste Mundo / O que eu faço agora / Sem vos terdes / Para fazeres / Com que eu sorria / Quando triste / Ficar (..) o meu (...) ser


Parte Principal


Eu me lembro de te ver / Me acenando lá do cais / Coberta por um lindo manto / Com estampas de florais.

Todo dia eu partia / Pelo mar desconhecido / Pois marinheiro que eu era / Escolher não era permitido

O capitão ditava os rumos / De minha vida e do navio / E como um cordeiro aceitava / e nunca era arredio

E a mim o que restava / Era de meu bolso retirar / A tua velha carta / Com teu amor a declarar

Eu relia sempre à noite / Feito a novas palavras / Pois elas me faziam / Pensar que a meu lado tu estavas

Morfeu então me arrebatava / E eu sentia o teu beijo / Entorpecido em doces sonhos / Transbordando de desejo

Mas em breve eu acordo / Vejo que não estás mais / No mundo triste e insano / Por onde andam os mortais

Muito infeliz eu me pego / Com lagrimas a derramar / Em todo o meu rosto / E de ti fico a lembrar

Sorrindo e chorando / Me acenando lá do cais / Coberta por um lindo manto / Com estampas de florais.



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domingo, 3 de janeiro de 2010

Dolores, dores, amores.


Sinto dores n'alma.
Sinto a alma em dores.
Oh, Dolores! Por que não me ama?
Por que me olha assim com tantos rancores?
Tudo é tão cinza e eu queria só cores
Nessa escala de tons de dissabores.

Subo, subo, subo e subo.
Ninguém se encontra na escada.
Tampouco o vento bate na sacada.
Minhas cortinas tão beges
Cor de poeira ressecada
De dez mil e vinte anos,
De meses poucos e alguns dias,
Ou horas quem sabe até menos.

Seu nome criei só pra rima.
Na irregularidade forjada.
Pra combinar com a verdade
Que em seus lábios é tão bem maquiada.
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