quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Revirar a volta

Créditos pela imagem: FrauBlucher

Meu escrever é busca insistente

procurar de mim mesmo

envolto em voltas e mais voltas

dinamitar de verborragias

diarréia palavresca verborréia


Meu escrever é tentativa
frustada de captação de meu viver
Turvo, insólito, despreparado
abraça nebulosas do inesperado

Exaspera-me bruta fera
Assim só pra combinar
primeira e última palavra
do verso meio morto
Todo tolo.

Surpreende!
Diz que sou delinquente!
Meu delito foi te amar
Desconcordantemente
o verbo e o pronome.

Assim disse ela
que respondia pela alcunha de Norma

Norminha para os íntimos
Norma Culta para os comuns
como eu sou, como você deve ser
Tão regrada e sistemática
mas descompassada
perto do fervilhar das línguas
que reinventavam a fonética

a gramática e a própria vida

Bastava um corriqueiro sair à rua

Mesmo assim eu a amava
Ela, a Norma...
que de algum modo ajudou a me fazer
Só lamentava isso dela
Essa tal coisa se enclausurar

se alhear tantas vezes
ao tombar da tradição pelo novo
à reinvenção das negações do passado

Um texto é cheio de reviravoltas a cada instante
Assim como nossa estada sobre (ou sob) a terra também é.


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