ao que faz dores e cores distintas se espelharem
primeiro tempo
Pão
sangue
suor
escassos
pra amor
Corta
o corte
na corte
confabulada
com cetros
corroer comunhão
Pouco
o ganho
pro bolso
pra almas
pra vida
pro solo
pro sol
pra água
pro sal
Sem coração
se você o faltar
Há pausa
Há choro
Há canto
Há cinco
Há letra
Há caras
Há caros
Há caros
Há karma
Há calma
Há todos
Há nadas
E o que há se você o faltar?
segundo tempo
De rotinas só
não se vive antropo
e agonia se azulina
pro que há se você o
faltar
Pernas nuas em enrosco
embotar calor no frio
com crivo anódino
de chamuscos sabático-noturnais
Mas se você o faltar
o que o terá pra pulsar?
Há quem tome dinheiro
Há quem tome respeito
Há quem tome pinga
Há quem tome qualquer coisa
Há quem tome pinga
Há quem tome qualquer coisa
assim como
há quem tome veneno
pra espirro dos olhos
que não querem você o faltar
Safada gula ribanceira
que carcome beira derme
pois engula-me completo
que entumeço contento
que entumeço contento
perfaço resistente
não permito o faltar
não permito o faltar
terceiro tempo
depois que a falta
meus oríficios chispar
então me diga
que haverá?
não quererei imaginar
que haverá?
não quererei imaginar
se findar o sabão
essas manchas nas roupas
quem lavará?
essas manchas nas roupas
quem lavará?
pra fugir de covas minhas
esperança em cordas
entrelaço nos punhos
agasalho-me ígneo
agasalho-me ígneo
pra não tremer mais ventos
que vem e que passaram
sou agora
que ninguém trincará
com terremotos
ou se você o faltar
ou se você o faltar
Uberlândia_14_01_2013_____10:44am
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