segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

em três tempos

ao que faz dores e cores distintas se espelharem

  primeiro tempo


Pão
sangue
suor
escassos
pra amor

Corta
o corte
na corte
confabulada
com cetros
corroer comunhão

Pouco
o ganho
pro bolso
pra almas
pra vida
pro solo
pro sol
pra água
pro sal

Sem coração
se você o faltar

Há pausa
Há choro
Há canto
Há cinco
Há letra
Há caras
Há caros
karma
Há calma
Há todos
Há nadas
E o que há se você o faltar?


segundo tempo


De rotinas só
não se vive antropo
e agonia se azulina
pro que há se você o faltar

Pernas nuas em enrosco
embotar calor no frio
com crivo anódino
de chamuscos sabático-noturnais
Mas se você o faltar
o que o terá pra pulsar?

Há quem tome dinheiro
Há quem tome respeito
Há quem tome pinga
Há quem tome qualquer coisa
assim como
há quem tome veneno
pra espirro dos olhos
que não querem você o faltar

Safada gula ribanceira
que carcome beira derme
pois engula-me completo
que entumeço contento
perfaço resistente
não permito o faltar

terceiro tempo


depois que a falta
meus oríficios chispar
então me diga
que haverá?

não quererei imaginar
se findar o sabão
essas manchas nas roupas
quem lavará?

pra fugir de covas minhas
esperança em cordas
entrelaço nos punhos

agasalho-me ígneo
pra não tremer  mais ventos
que vem e que passaram

sou agora
que ninguém trincará
com terremotos
ou se você o faltar

Uberlândia_14_01_2013_____10:44am

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