quarta-feira, 20 de maio de 2015

Não-lugar

créditos pela imagem: Mathieu Bertrand Struck


Inesperado. Repentino.
Como todo bom romance deve ser.
Reapareceu numa linha do acaso de beijos de tempos que tinham ficado já longes
Num tempo que tinha que ser. Na melhor hora para abraços de braços, de pernas e de almas.
Fez-se paixão nova, quando as paixões já nem pareciam ter tanto sentido. Girou a vida, girou o mundo, girou o sol.
Fez-se menina de olhos estrelados e mulher com desejo feito mar em cheia.
Tornou-se lua que em suas fases e faces, por vezes toca-me com seu brilho, por vezes some no céu. Recriou-se em suas tempestades internas, a querer destruições para se transmutar em construções.
Entregou-se.
Sempre. A. Cada. Instante.
Sentiu. A língua e o tato. A pele. Os dentes.
Ressurgiu. Sem forma. Sem lógica. Sem medo. Querendo apenas ser.
Fez-se uma sorte grande em tempos em que nos cassinos da vida, os jogadores sofrem de azar.
Requereu-se em encanto, uma magia: em toques que tornam desnecessárias palavras para expressar a verdade em sua forma mais íntima.
Fez-se beijo permanente nos lábios. Risada que ecoa na memória tão doce.

Fez-se enfim grande e denso. Para além do vento e do tempo.  Num não-lugar, onde libertar-se é uma rotina que se chama amor.

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